Jardins para Beber e Comer

19 de nov. de 2014

Meu lado subjetivo entre em cena aqui. Eu amo jardins, tenho queda por qualquer jardim e acho que além de transmitir romantismo na medida certa, nunca vai ser cafona. Buenos Aires tem alguns vários gostosos.

O da Paul French Gallery é um deles. Indo durante a semana o lugar vai estar vazio, a trilha sonora sempre é boa, na minha opinião. Da última vez que eu fui estava tocando John Mayer, XO - uma graça. O café do Decata serve coisinhas gostosas, mas nada de outro mundo, e os chás do Tealosophy que estão por lá também aromatizam demais o ambiente.


Outro jardim lindo e mais romântico frufru (bem mulherzinha) é o do café/ restaurante El Último Beso. Impossível pensar em casamento e não me lembrar daqui. Tudo o que esse lugar tem ecoa amor e cada detalhe é justamente pensado em dramatizar esse sentimento por todos os cantos. Aqui dá pra vir tanto para almoçar, como para tomar um chá da tarde ou jantar também. A casa é bem bonita, mas o jardim aos fundos é bem agradável.


Indo para o lado da Recoleta meu preferido é o do Palácio Hyatt. O hotel é luxuosíssimo e não encontrei nunca um erro sequer por lá. Ali dentro dá para escolher onde se sentar: se perto do bar, do salão de chá durante a tarde, na vinoteca do piso inferior ou no restaurante italiano Gioia do outro lado. Não tem erro, é simplesmente encantador. Não tenho horário de preferência porque nunca está lotado, mas as tardes durante semana sempre tem algo em especial.


O restaurante do Four Seasons é bem delícia também, o Nuestro Secreto tem pratos que agradam todo mundo e vale a pena almoçar lá durante semana. Eu já disse que sou fã da cozinha do Elena (outro restaurante do hotel), pois bem a comida é praticamente a mesma, mas um pouco mais simples e um tiquinho de nada mais econômica.


Fora esses lugares eu sempre comento do jardim do hotel Home, que é uma boa pedida para tomar uns drinks. O restaurante do Jardin Japonés é também bem legal, apesar do sushi não ser dos melhores fica dentro de um dos parques mais lindos da região.


Se você está pelo Centro uma sugestão é a casinha de chás e comidas leves o Como en Casa que fica dentro de um antigo convento, e tem um pátio bem gostoso e cheio de árvores.

Amo jardins!

Das Coisas que Aprendi em Buenos Aires: Amar uma Aula

13 de nov. de 2014

Sempre fui meio CDF, me preocupava muito com as notas que iria tirar na escola principalmente porque acompanhava o quanto meus pais batalhavam para me manter em colégios bons. Parte de mim, sentia culpa por ainda não poder trabalhar e outra parte me dizia então que a melhor maneira de honrar isso era dando valor ao que eles estavam fazendo pelo meu futuro.

Com isso nunca tirei nota vermelha na vida, até meus 14 anos de idade ganhava diploma de mérito e era sempre a querida dos professores. Fui oradora das formaturas que participei e sempre era líder de sala. Ganhei amigos e inimigo nessa, mas quem nunca?

Quando cheguei aqui em Buenos Aires sabia que a coisa iria mudar primeiro pelo idioma e segundo pelas matérias (História argentina, Geografia argentina, etc). Mas eu não sabia de nada inocente. Idioma, por incrível que pareca, nunca foi um problema exceto nas aulas de gramática e ortografia, mas meu maior desafio foi me acostumar a um novo modelo de aprendizado.


É bem comum aqui na Argentina que você encontre pessoas de 30 anos recém formadas na primeira faculdade. Além do fato que eu já comentei aqui antes de que não existe essa cultura de corporação e carreira como temos no Brasil, a faculdade aqui é fácil para entrar mas difícil para sair.

Faculdades públicas e particulares não tem vestibular. A UBA, maior e melhor universidade pública daqui, tem o CBC (Ciclo Básico Comum) no qual durante um ano você tem determinadas matérias para aprovar e com isso entrar daí sim no curso que quer. Como se fosse um curso de peneira, basta aprovar. Mas aprovar... É outra coisa. Já nas faculdades particulares, apenas uma prova é aplicada e com isso você entra no curso. Não é por ranking, na realidade essa prova é mais para provar que voce está apto para cursar algo, não influencia muito.

Enfim, o que muda mesmo é o método. Sarmiento foi Presidente da Argentina entre 1868 e 1874, só com ele a educação ganhou um panorama maior. Durante seu governo ele incentivou a imigração e trouxe muitos educadores europeus ao país. A ideia do Sarmiento era atualizar a Argentina com práticas de ensino e educação digna de países desenvolvidos. Nisso ele construiu escolas e bibliotecas públicas, duplicou a quantidade de estudantes durante seu mandato. Logo depois o Presidente Roca fez as primeiras leis nacionais de educação. Além de várias outras políticas educacionais o que eu posso dizer disso é que Argentina sempre teve um dos melhores sistemas de ensino da América Latina, juntamente com Cuba hoje e Uruguai. Fico bem feliz de poder ter concluído Ensino Médio e Superior aqui.


Agora você me pergunta: como é no dia a dia isso? Pois bem, aulas são para debate, não são didáticas e o esquema "te vira" é aplicado não só em faculdades públicas, mas particulares também. Eu nunca tive, por exemplo, apresentação de PPT na faculdade aqui. Sempre tinha que ler muito antes de ir para a aula caso contrário ficava perdida. Na aula, meus professores não reviraram a teoria que eu tinha que ter estudado, a aula era DEBATE. Argentino ama debater, ama brigar pelos seus pontos de vista, ama dar opinião. Confesso que era difícil dormir em aula, por exemplo, porque realmente elas eram interessantes (isso aplico tanto na faculdade quanto no colegial também, mas em menor escala - ainda que nunca vi uma apresentação de PPT no colégio tampouco). Fora isso você se vira com tudo: como fazer trabalho prático, onde conseguir tal livro, arranjar tempo para dar conta de ler toda a bibliografia, etc.

Para as provas o conteúdo da aula não bastava. A média de aprovação é 4, mas para tirar 4 você tem que ter 70% da prova aprovada e para tirar 10 tem que arrasar muito. Já houve um caso no qual eu tirei 5 e a prova inteira estava correta mas não tinha a profundidade suficiente que meu professor exigia.

Aqui, na minha faculdade pelo menos e na maioria, você tem que aprovar a cursada da matéria e as provas. Ou seja, durante a cursada da matéria você pode vir a ter duas provas parciais aprováveis com nota 4. Aprovados os dois parciais, o exame final é obrigatório (isso mesmo). E o exame final engloba tudo o que você viu na cursada e pode ser oral ou escrito, ou ambos. Em raros casos algumas matérias podem ser promocionais. Isso quer dizer que caso você aprove os dois parciais com mais de sete pode não precisar fazer a prova final, geralmente nesses casos as matérias escolhidas para tal benefício são fáceis (Inglês, Teologia, Informática, etc). Mesmo que as notas parciais tenham sido boas, o que fica na sua grade curricular é a nota final e a média então no final da faculdade pode não ser a melhor. A maioria das matérias aqui são semestrais, mas algumas podem ser anuais, o que fazem as provas finais serem impossíveis de aprovar.

No caso de desaprovar um parcial você pode recuperar. No caso de desaprovar ambos, dependendo da faculdade, você tem que recursar a matéria. Já no caso de desaprovar uma prova final você pode recuperar duas vezes. Mas não seguidas, isso quer dizer que se em Junho você tentou e não conseguiu, só vai poder tentar outra vez na segunda época do ano de provas que é no final do ano. Isso é mega ruim porque passados seis meses você já não lembra mais da matéria e prejudica muito porque muitas delas são correlativas, sem um final aprovado você não consegue cursar outra matéria e vai tudo enrolando. Atrasando mais ainda.


Cada matéria demanda muito tempo e dedicação e a vida fica bem impossível quando você trabalha e estuda ao mesmo tempo. A maioria dos argentinos sai cedo de casa e para pagar aluguel tem que trabalhar, faculdade aqui é mais barato que no Brasil mas não é grátis (fora as públicas). Cada ponto desse atrasa bastante a graduação, mas você entende isso mesmo quando estuda no sistema deles. Aqui não rola estudar dia anterior, não rola inventar coisas na prova (alguns professores até dizem que se você escrever mais do que deve ele não vai ler), não rola não ser objetivo: ou você sabe ou não sabe, não tem muito jeito.

Juro que até começar a estudar aqui eu não amava aula, porque era tudo monótono, sem graça. Já falei nesse post aqui que meu melhor professor da vida foi Jesus no colegial. Ele dava (dá ainda) aulas de Literatura. Houve um dia que ele nos mandou fazer um exercício de ortografia sem explicar a teoria porque "a esa altura de la vida ya la tienen que saber". Isso raramente aconteceria em salas de aula no Brasil, né? Ele preferia gastar as aulas dele divagando pela arte que é a Literatura, fazendo mapa da Odisseia, exercícios de interpretação de texto literais, investigando a vida dos autores dos livros para poder entender o drama entrelinhado em cada parágrafo. Eu amava aquilo e sinto falta até. Mesma coisa na faculdade. Que vontade de começar um curso de novo.

Enfim, você sai do curso sabendo mesmo. Na marra. Caso contrário não sai da faculdade.

Domingos em Buenos Aires

10 de nov. de 2014

Muitos me perguntam o que fazer no domingo em Buenos Aires. Se bem não há muita diferença eu acho que domingos servem para caminhadas gostosas sem maiores pretensões no que você vai encontrar adiante, para brunchs tardios e um drink no final da tarde.


É bem praxe ir visitar a feirinha vintage (não vintage) de San Telmo, a da Recoleta com seus artesanatos e a de roupas da Plaza Serrano em Palermo. Em dias mais quentes, as ruas e espaços abertos de Puerto Madero se enchem de gente praticando esportes e é bem legal passar a tarde por lá também apesar do tumulto. Outra parte legal é a Costanera que fica beirando o Rio de la Plata, pertinho do Aeroparque.

Um domingo gostoso pode ser regado então a tudo isso: acordar tarde, ir a um brucnh, passar em uma feirinha e finalizar em um bar tomando algo.

Se você opta por Palermo, há inúmeras opções de brunch. O Ninina tem um bom brunch e tá bem na moda, apesar de viver cheio de gente (confesso que perco a paciência e nem sempre quero esperar). Ontem eu fui testar o do Victoria Brown e gostei bastante. Não há várias opções, são três tipos de brunchs só que são meio parecidos. O Victoria é mais pra jacar mesmo sabe? Não vá pensando que dá pra comer algo leve porque não é muito a realidade do lugar, os lanches são bons, as batatas gostosas e é perca de tempo pedir salada e/ ou iogurte, mas há a possibilidade.


Fui com as meninas e pedimos um para dividir e veio muita coisa. Uma tábua com torradas com ovo, outra tábua com torradas e creme, batatas, uma xícara grande de café com leite, um suco de laranja delicioso e fresco e ainda uma french toast que sai na hora. Saímos querendo morrer de tanto que comemos, mas valeu a pena. A outra opção de brunch legal vem com iogurte. Eu gosto de lá pelos sucos diferentes, uma das minhas amigas pediu um de framboesa e eu já provei o de mexerica deles e é sensacional. As coisas são de boa qualidade e não há também a necessidade de pedir o brunch, há vários lanches saborosos também.

Saímos de lá e ficamos caminhando pelo bairro, tomamos uns sucos no Bblue (cheio de blueberries), ótimos para refrescar e terminamos a noite no Sheldon. Sheldon que eu acredito que seja uma das melhores opções para final de domingo. Tem dj legal e banda ao vivo depois. Umas comidinhas ok e tragos sem maiores erros. O bom de lá é o décor, amo.


Se a ideia é ficar pela Recoleta, um café da manhã gostoso pode ser pedido no Florencio, um brunch meio francês também pode rolar no Sirop Folie. Passar o dia caminhando pela feirinha e depois você tem a opção de terminar o dia no bar cervejeiro Buller ou ir tomar um chá da tarde bem fino no Alvear, com direito a espumante. O Florería Atlántico também abre lá aos domingos e o bar do Hyatt, o Oak é simplesmente divino a partir das 17h da tarde. Recoleta é linda aos domingos e uma das melhores opções.


Indo para San Telmo, uma boa opção de café da manhã é no Hierbabuena, meio natureba ou no Panadería de Pablo que é super agradável. Depois da feirinha você pode terminar o dia tomando algo em algum pub da rua Reconquista ou ir até o Sky Bar do Hotel Pulitzer para curtir a vista de lá de cima, que não é alto, mas gera um ambiente gostoso a céu aberto.

Finalizanod, Puerto Madero carece de lugares legais para tomar café da manha. O Central Market que tem lá é fofo mas eu acho bem ruim, a qualidade é péssima. Acho que vale ir pra lá para almoçar em um dos restaurantes da "orla" ahha, tipo o Happening ou Estilo Campo. Passar a tarde beira rio e terminar tomando uns drinks no Lupita.

:) Domingos são deliciosos também.

O Original La Alacena

5 de nov. de 2014

Desde que anunciei que ia mudar meu jeito de fazer posts gastronômicos aqui no blog eu venho pensando no dia que ia postar o La Alacena.

Conheci o lugar através de uma indicação de um conhecido do Gran Bar Danzón, ele havia comentado que o lugar era bem a cara do blog porque dava um foco mais brunch/ café que eu sempre comento por aqui. Fiquei com vontade de conhecer e agendei um dia pra ir lá. Ainda que a zona seja Palermo ele não fica no burburinho que eu sempre frequento, é mais indo para o lado do bairro de Almagro, mas é de super fácil acesso.


Eu cheguei lá e dei de cara com um lugar tranquilo, situado em uma esquina movimentada mas o barulho do transito não afeta (em nada) a experiência. Me sentei em uma mesa que tinha mosquitinhos (amo) e umas lavandas lá fora. Quem me conhece sabe que eu amo tanto lavanda que até tenho tatuada.


A primeira impressão foi de que o menu era muito original. É normal ver a mesma coisa sempre nos cafés aqui: medialunas, croissants, lanches com presunto e queijo, uma saladinha ou outra e um doce com doce de leite. Mas o La Alacena não. Era tanta coisa diferente que fiquei bem em dúvida sobre o que provar.


Fui de bruschetta de de aspargos com com queijo, manteiga, amêndoas e alho. O pão estava macio e torradinho nas bordas e achei a mistura de tudo bem interessante. Fiquei com vontade de provar também a de patê de fígado de frango e a de queijo azul.


Outro dia fui lá e provei também o iogurte caseiro com frutas e granola que a Mari ama, que estava bem correto e saudável como a primavera sugere. Das 3 vezes que fui achei que tudo correu bem, não fui mal atendida, pelo contrário as meninas sempre foram bem educadas e cordiais. Mas nunca fui em horário pico (exemplo sábado a tarde), sempre fui durante semana.


De certo o que eu mais adorei e me fez voltar outras vezes foi o menu diferente deles que serve muito para quem não aguenta mais essa coisa de sempre comer o mesmo independente do lugar que você vá. Dentre as delícias deles a tarteleta de chocolate com sal é um pedido que tem que fazer: sí o sí. O chocolate vai de amargo a meio amargo e a massa da tortinha é folhada (eu adoro), o sal quebra um pouco o doce impregnante e equilibra bem no paladar, dá uma sensação gostosa.


Outra coisa que amei foi a torta de ricota com limão que estava assim incrivelmente boa, principalmente pra quem não curte doce forte. Virou paixão. Bem molhadinha com base durinha e areada na consistência.


Todos os dias eles tem menu de almoço que achei bem legal: carne de porco com batatas, peixe, nhoque de sêmola, etc. O brunch também vem virando um dos queridos da cidade, com uma estética linda ainda por cima: há varias comidinhas para compartilhar no centro da mesa, bem contemporâneo e dando um fresh air para os cafécitos de Buenos Aires.


La Alacena
Gascón 1401 esq. Honduras / Palermo.
Aberto de segunda a sábado, das 10h às 19h.
Aceitam dinheiro e débito Visa.
www.facebook.com/laalacenacafe (menu completo no álbum do facebook deles).

10 coisas que não dá para fazer bêbada em Buenos Aires

3 de nov. de 2014

Já fiz um post aqui falando sobre o que rola fazer estando bêbado em Buenos Aires, se você não leu dá uma olhadinha aqui

Mas o de hoje é o que NÃO é para fazer. 

1) Mandar mensagem pro boy que tá afim e enrolar feio no castellano
Tem gente que manda bem no espanhol quando fica bebum, eu sou das que fala mal pra caramba. Se esse é seu caso, melhor não falar. Já fiquei bêbada e tentei mandar mensagem em espanhol, tive que lavar o rosto primeiro, sentar e pensar dez vezes se o treco tava bem escrito. Nessas você até periga de mandar algo mal intencionado ahahhaa, vai vendo.

2) Mandar mensagem pro ex boy no Brasil e pagar caro em ligação internacional
Pois é gente, todo mundo tem sua fase, mas ligar pro ex que está no Brasil vai sair bem caro no final do mês, portanto não! Não liga.

3) Voltar xingando homens pro taxista que vai tentar ficar com você
Normal você voltar meio exaltada com o ocorrido da noite ou então voltar pensando na vida. Massssss o seu taxista não tem que saber que o cara te chamou pra dormir na casa dele as 7h da matina ou que você pegou ele com outra menina. Existem taxistas bonzinhos e tem uns que vão querer aproveitar do teu jeito isca-fácil.

4) Pegar bus, dormir e perder a parada de casa
Acontece com as melhores pessoas. Bus em Buenos Aires é 24h e é então comum voltar pra casa de ônibus (eu faço), mas cuidado para não dormir e ir parar onde Judas perdeu as botas, por favor.


5) Deixar a melancolia da cidade te dominar e voltar chorando
Ai gente, minha vida, minha história, meus findes. AHAHAHAHA, se você está num momento sensível é normal que a melancolia da cidade te domine e você volte pra casa emocionada, eu nunca contei isso pra vocês

6) Passar num kiosco e comprar quilos de Milka e afins
É bom? É. Mas depois você vai se arrepender. Acredite.

7) Dar vexame na balada 
Aqui não rola dar vexame. Deu vexame eles te colocam pra fora.

8)  Passar pela banquinha de rosas 
Aqui em Buenos Aires todas as banquinhas de rosas são 24h (ou a maioria) e eu já vi muita mina passando por elas e ficando deprê.

9) Usar o Tinder
Nao rola usar o Tinder na madruga boladona em Buenos.

10) Ficar desesperada de saudades do Brasil e ir a uma balada brasileira
Na boa, assim com faltam restaurantes e bares legais brasileiros aqui, baladas também. 
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